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A Vergonha

  • Foto do escritor: Marcos Benaia
    Marcos Benaia
  • 14 de abr. de 2019
  • 1 min de leitura

Sou branco, alvo. Quase transparente, vejo minhas veias. Por isso, o sangue facilmente ruboriza meu rosto. Como sempre me disseram desde cedo quando algo me constrangia: você está vermelho de vergonha! Agradeço a Deus por tal fenômeno corporal. Digo sempre sobre isso que não sou dissimulado. Tenho estampada na cara a vergonha. Acho tão inocente aquele que se ruboriza fácil. Pessoas assim não dissimulam, têm dificuldades em compactuar com o que lhes é imoral. Sou tímido e sério com as coisas, apesar de ter bom humor e alegria no coração. E a vergonha no rosto me acompanha apesar da timidez. Mas chamam também de timidez o que é recato e privacidade. O rosto que tenho é único e por isso quando for necessário, é preciso enrubrecer esta face , justamente para preservar a inocência e a integridade. Lembro ainda que inocência difere de ingenuidade. Uma é ética, outra é infantil. Teu recato estampa-se em seu rosto. E tua ética é o rubor de seu rosto inocente e verdadeiro. Ter vergonha é fundamental.


 
 
 

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